Amor líquido: o que está por trás dos relacionamentos temporários?
O conceito de "Amor Líquido" Define-se o tipo de relações -casal, amizade, "vizinhança" e proximidade- presentes na sociedade ocidental atual.
Se falamos de relacionamentos de casal, estes são notoriamente atravessados pelas regras do mercado e do consumo: são amores fugazes e indescritíveis, de curta duração e facilmente substituíveis.
Quando o relacionamento é inspirado pelo desejo, segue o padrão de consumo e requer apenas a habilidade do consumidor médio, moderadamente experiente. Assim como outros produtos, a proporção é para consumo imediato (não requer preparo adicional ou prolongado) e para uso único, “sem danos”. Em primeiro lugar, é descartável.”
Que somos?
Para o amor líquido, os "rótulos" são um limite, um condicionante. Os vínculos que se formam nessa lógica se baseiam na busca da satisfação imediata, e essa questão tende a ser evitada.
A verdade é que um relacionamento “sem rótulos” pode funcionar muito bem, desde que ambas as partes o vivam naturalmente. Mesmo tendo conversado e concordado em ser um link sem nome.
Portanto, há quem carregue essa forma de se relacionar com alegria e tranquilidade, mas muitas vezes também é fonte de insegurança, confusão e descontrole para quem de repente vive com a incerteza do amor líquido.
Ao contrário do que alguns pensam, responder à pergunta “o que somos?” não implica necessariamente um compromisso, nem implica um acordo de exclusividade. Saber mais sobre o vínculo aumenta a clareza e a segurança de quem faz parte dele, pois saber onde você está serve para traçar um plano de ação (sim, também na esfera emocional e relacional).
A chave: comunicação
O fracasso de um relacionamento é muitas vezes uma falha de comunicação.
Há quem não se comunique, não pergunte mesmo quando não se sente à vontade, para agradar a outra pessoa. O pensamento que geralmente está por trás disso é: “Eu te amo, e é por isso que eu deixo você ser quem você é e como você quer ser. Prefiro ser assim do que não ser."
E por outro lado, há aqueles que não se comunicam porque preferem que tudo siga seu curso, “estamos bem assim”, “nos divertimos, não precisamos de título para estarmos bem juntos”.
Como sair da incerteza do amor líquido?
Cada pessoa -e cada vínculo humano- é único. No entanto, aqui proponho três passos que você pode tomar se reconhecer que está em um relacionamento líquido e não se sente confortável nele.
Seja honesto com você mesmo
O primeiro passo pode ser feito por você mesmo, sem envolver a outra parte no relacionamento. Aqui, trata-se de avaliar e identificar o que você quer de um relacionamento. Seja paciente consigo mesmo ao fazer isso.
Embora nem sempre seja fácil, é importante que você reserve tempo suficiente para descobrir que tipo de relacionamento gostaria de construir.
Seja honesto com a outra pessoa
Em segundo lugar, e quando tiver certeza do que está procurando, converse com a pessoa com quem está namorando em um relacionamento sem nome.
Agora que você sabe o que quer - e o que não quer -, terá que expressar e ouvir a outra pessoa. Que expectativas cada um tem dessa relação? Eles combinam? Seus desejos são compatíveis ou não?
Lembre-se: Depois de falar honestamente um com o outro, será hora de estabelecer acordos. O que eles estão dispostos a incluir na dinâmica de seu relacionamento? Onde eles vão colocar o limite? Com o que eles se comprometem e o que não estão interessados em fazer?
Fale com o objetivo de elevar seu sim e não com respeito e empatia. Neste ponto, é importante que você esteja disposto a concordar em terminar o relacionamento que teve.
Como vimos aqui, o amor líquido é típico de uma sociedade regida pelo imediatismo. Os vínculos que estabelecemos com as pessoas são cada vez mais efêmeros e menos satisfatórios.
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